MANGALARGA MINEIRO
MANGALARGA MINEIRO
A história do Mangalarga Mineiro começa com a vinda dos descendentes do Barão de Alfenas para a Zona da Mata Mineira. Eles fizeram diversos trabalhos com os animais, para aprimorar a raça. A partir desses trabalhos feitos pelos descendentes, surgiu o genuíno Mangalarga Mineiro.
Em 1934 foi fundada em São Paulo uma Associação de Criadores . E os criadores mineiros não quiseram participar dessa Associação paulista, entre outros motivos, em função da diferenciação no andamento dos animais, fruto do trabalho feito em Minas Gerais. Com isso, iniciou um movimento em 1936 , com a criação de uma comissão para estudar o padrão racial. Leopoldina se destacou , procurando o aprimoramento e formação da raça. Em 1907 Leopoldina esboçou sua primeira exposição agropecuária, e a segunda em 1936, bem mais forte, tendo o cavalo como uma das principais forças do setor.
Na exposição de 1907 foram apresentados, entre outros animais, o cavalo Ladário e o Caxias. Nessa exposição foi realizada a venda do Ladário, vendido para o Estado do Mato Grosso. Ladário era irmão de Caxias, que é o cavalo Mangalarga Marchador mais famoso. Ambos eram filhos do cavalo Cuera. Tanto Ladário, quanto Caxias, pertenciam a José Wenceslau Arantes Junqueira, da Fazenda Luiziânia. O sangue do Caxias corre nas veias de todas as linhagens da Zona da Mata Mineira e também em várias do Sul de Minas, pois foi vendido para o Cel. Christiano dos Reis Meirelles.
GAZETA DE LEOPOLDINA 1936
CAXIAS
ANIMAL QUE ESTEVE PRESENTE NA EXPOSIÇÃO DE LEOPOLDINA, EM 1907
Cuera era pai do Caxias e do Ladário( esse último, vendido para o Estado do Mato Grosso, em 1907)
Portal de entrada da Exposição de Leopoldina 1936.
SURGIMENTO DA COMISSÃO PARA DEFINIR AS LINHAS BÁSICAS “STANDART” DA RAÇA, EM 1936 ( fonte :Revista Campo)
A história que a estória não conta “ Standart” da raça Mangalarga.
“Com a presença de elevado número de criadores de cavalos Mangalarga, e sob a presidência do Sr Rômulo Joviano, inspetor chefe da Inspetoria regional em Pedro Leopoldo, do Ministério da Agricultura e secretariada pelo Dr José de Paula, agrônomo da mesma Inspetoria, realizou-se no dia 20 de junho de 1938, às 12 horas, no recinto da Exposição Agropecuária em Leopoldina, uma reunião para apresentação de sugestões para o estabelecimento das bases de organização do “Standart” da raça de cavalos “ MANGALARGA MINEIRO”.
Depois de longos debates entre os fazendeiros de Leopoldina, Cataguazes e diversos criadores da Zona da Mata, e depois de examinarem detalhadamente numerosos exemplares da raça mangalarga, que concorreram àquele certâmen e colhidos pareceres dos diversos criadores interessados sobre os característicos básicos e as qualidades desejáveis para a criação desse animal de sela mineiro para marcha, deliberou-se que ficasse organizada uma comissão composta dos Srs Erico Ribeiro Junqueira, Cel Severino Junqueira de Andrade, Dr Rômulo Joviano e Dr José Gabriel Ferreira Neto, para a redação das diversas sugestões apresentadas, afim de que sejam assentadas definitivamente as linhas básicas do Standart dessa raça , em reunião que será realizada em Belo Horizonte, durante a VII Exposição Nacional de Animais e Produtos”.
Erico Ribeiro Junqueira, da Fazenda Abaíba, e Severino Junqueira de Andrade, da Fazenda Tabatinga, foram os criadores com a maior relevância na criação do Mangalarga Mineiro e continuaram seus trabalhos após a fundação da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador.
Severino Junqueira de Andrade montando Tabatinga Mangalarga.
A REVISTA “O CAMPO” ERA O VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO MAIS IMPORTANTE DO PAÍS NO INÍCIO DO SÉCULO XX, NA ÁREA RURAL. ALGUMAS DAS PUBLICAÇÕES QUE FORAM VEICULADAS NO PERÍODO DE 1936 A 1948, RELACIONADAS AO MANGALARGA MINEIRO.
Essa foto inédita é do cavalo Abaiba Niteroi, campeão regional na Exposição de Leopoldina, em 1936, sendo guiado pela Sra Hermínia, esposa do Sr Erico Junqueira.
Cavaleiros participantes da V Exposição de Leopoldina, em 1941.
Presidente do Brasil Getúlio Vargas, montando o Mangalarga Mineiro Abaíba Soberano
Fonte: A história do cavalo MANGALARGA MARCHADOR.
Darcy Pinheiro , montando Abaíba Eldorado.
Tabatinga Vendaval
PLACA QUE SE ENCONTRA NO PARQUE DE EXPOSIÇÃO “JOSÉ RIBEIRO DOS REIS” , EM LEOPOLDINA MG, DE AGRADECIMENTO AOS FUNDADORES DA ASSOCIAÇÃO RURAL, EM 1937. A CLASSE RURAL UNIDA , EM FUNÇÃO DA FORÇA DO SEGMENTO , SENDO IMPULSIONADA INCLUSIVE, PELO MANGALARGA MINEIRO, QUE COMEÇOU A SER CONHECIDO NACIONALMENTE NESSA ÉPOCA.
CLUBE DO CAVALO DE LEOPOLDINA.
Os criadores Leopoldinenses, em 1940, preocupados em manter o padrão do Cavalo Mangalarga Mineiro, com apoio dos criadores da região, fundaram o Clube Dos Criadores do Cavalo Mangalarga Mineiro, que tinha entre outras atividades, realizar o registro genealógico dos animais de seus associados. Em 1982, um grupo de criadores fundou em Leopoldina o Clube do Cavalo de Leopoldina com a finalidade de promover e fomentar a criação do Mangalarga Marchador na região. Hoje o CCL tem a denominação de Clube do Cavalo Mangalarga Marchador de Leopoldina e Cercanias.
Marcia Vaz Barbosa
Jornalista MTb 25345-RJ